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quarta-feira, 30 de junho de 2010

As bananas


Eu o chamava de "Velhinho" e ele me chamva de "Menininha". Era uma troca justa, visto que ele devia ter seus noventa anos, enquanto eu, andava lá pelos meus oito ou nove anos.
Ele contava as bananas e as embrulhava em folhas de jornal. Suas mãos eram compridas, trêmulas e se moviam sem pressa, como quem tinha todo o tempo do mundo.
Eram bananas d'água e, o seu cheiro se misturava ao cheiro do jornal. Com que prazer eu comprava aquelas bananas. Ele sempre colocava uma a mais.

Tinham as cascas amarelas esverdeadas com muitas pintas marrons. Eram frutas macias, cheirosas e gostosas.
Chegando em casa, pegava uma banana, descascava e, com os dedos, seguindo a linha central, ao longo de sua forma, separava as três partes, admirando as pequenas sementinhas que ela guardava. E saboreava cada pedaço sem pressa, sentido seu cheiro, seu gosto doce e macio...

Cheiro, sabor e cor... dispostas em leques separados dos cachos enfeitando o velho balcão de madeira.

Agora, nos mercados elas têm selo... são bananas com grife e, são vendidas a peso! Onde já se viu pesar bananas?!
Bananas têm que ser vendidas por dúzia, contadas uma a uma. Por isso eu prefiro comprá-las na feira ou nos barraqueiros das esquinas e.. sempre lembrar do "Velhinho".



Foto tirada no calçadão da Rua do Catete - RJ.
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7 comentários:

  1. Que amor seu texto !!!!!!!!!!!!! Adorei !!!!!!!
    Gosto muito de bananas........

    Beijooooooooooo

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  2. Querida Estela
    Estou como tu!...As bananas com etiqueta, enfileiradas como soldados em parada militar...não têm o mesmo gosto e o doce cheiro das bananas da minha terra vendidas no bazar que o negro estendia no chão em cima de uma folha de jornal.... Tudo fica na nossa memória: os vendedores e aquele gosto de contar, banana a banana... Eu era mais gulosa do que tu! Quando chegava a casa, comia a minha banana, barradinha com compota, outras vezes com queijo...
    Ah, Estelinha, memórias do Velhinho e do Negro do Bazar...
    Beijocas, minha querida!
    Graça

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  3. Oi Estela,

    Este cheiro das bananas chegou por aqui em um belo sentido de vida.Dedos e cachos de bananas,não dá para se vender a quilo.
    Acredito que arrumei a postagem no blog.Vê se agora da para vc ler.Obrigada.


    Carinho,

    Cris

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  4. Querida recordar é viver, pena é que nem só de boas recordações nossas vidas se preenchem, também nos metralham a memória as recordações más.
    Quando eu era menina, para ai com os meus quatro a cinco anos, ia com a minha mãe à vila que hoje é uma linda cidade, ia descalça por cima das pedras afiadas e dos picos, também íamos à praça, ou mercado, eu bem me apetecia uma bananita de cheirinho e sabor inconfundível. Mas a resposta era sempre a mesma não há dinheiro para guloseimas, tomara que ele chegue para o pão, não sei porquê, hoje que graças a Deus podia comprar uma tonelada delas, não me sabem a nada, talvez por ter sido proibido naquele tempo.
    Beijinhos de luz e paz minha linda

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  5. Olá amiga, adorei o texto romântico e perfumado, voltei ao tempo de infância e lembrei que ao lado da casa da minha vó tinha uma senhora chamada Maria bananeira ela tinha um quartinho recheado de banana e eu ia lá comprar, o perfume já se notava na entrada da casa uma delícia de lembrança. Como recordar é viver fiquei com vontade daquelas bananas que não existem mais. Belos tempos saborosas bananas.
    Bjocas...

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  6. Amo las bananas (plátanos) Estela, es una de mis frutas favoritas. Las de Chile vienen de Brazil, y sí, se venden por kilo, tanto en el supermercado como en las ferias.
    Las càscaras son ideales para agregarlas a la tierra de los rosales, ayudan a aumentar el perfume de la rosa.
    cariños,
    maria cecilia

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  7. Querida venho agradecer e deixar um abraço de gratidão em teu peito.
    adoro você minha linda

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