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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Tussie mussie - Buquê de flor perfumado


Nos tempos antigos, passando pela Idade Média, as pessoas tinham por costume levar ramos de flores e ervas aromáticas, frequentemente mantidos próximo ao nariz ou usados como um broche, ornamento de cabelo ou atados em torno da cintura. 
Este maço de flor aromático era chamado de “nosegay” e servia para amenizar os maus cheiros da precária higiene e da falta de saneamento da época.
Os buquês eram amarrados com fios de linha, barbantes, tiras de tecidos ou fitas
Mais tarde, esses ramalhetes passaram a ser colocados em suportes na forma de cone que facilitava carregá-los. 
Simples ou sofisticados, esses suportes chamam-se “tussie mussie”, feitos de peltre (uma liga, principalmente de estanho, com antimônio, cobre e chumbo), vidro cobalto, prata, porcelana e ornamentados com rendas, fitas, pérolas ou pedras preciosas. 


O termo tussy mussy, ou tussie mussie, remete ao tempo da Rainha Vitória,da Inglaterra. A monarca gostava de carregar estes buquês florais a todos os lugares aonde ia. Vitória também gostava de frascos de lavanda, um tipo de buquê modificado, feito de armazenadores de lavanda. As partes terminais dos armazenadores eram dobradas e colocadas em torno das flores abertas, criando uma “gaiola”, a fim de aprisionar a fragrância.
Ambos os tipos destes acessórios de fragrâncias eram necessários, uma vez que as práticas de higiene na Era Vitoriana eram quase tão ruins quanto aquelas dos séculos antecedentes. 

A popularidade dos tussie-mussies, na Era Vitoriana, cresce na França pré-revolucionária e em ambos os lados do Atlântico. 
Durante o século XIX, instruções de como fazer tussie-moussies foram abundantes em periódicos americanos, e as jovens senhoras eram socialmente avaliadas por sua habilidade em fazer buquês manuais, considerados formas artísticas. Cada um era único.



Era uma época em que as flores eram bastante valorizadas. A linguagem das flores tinha sido desenvolvida na França antes da Revolução Francesa, baseada em antecedentes históricos, incluindo as mitologias grega e romana, a herança judaico-cristã, a medicina das ervas, a arte e a literatura da Renascença e o Selam Turco, uma linguagem rimada que representa sentimentos. 
A cada erva, flor e árvore foi atribuído um significado simbólico baseado em sua aparência, fragrância ou associações.
Dezenas de árias para declamação sobre a linguagem das flores foram escritas durante a Era Vitoriana a fim de ajudar na explicação, às pessoas, acerca destes buquês simbólicos. 
Era muito comum as pessoas se presentearem com os Tussie Mussies para transmitir mensagens secretas e sentimentais.







Tussie mussies, apesar de seu nome engraçado, contudo são belos e elegantes, de bom gosto, diferentes e encantadores e até hoje são usados em ocasiões especiais, como os buquês das noivas, como um delicado presente a alguém que se queira agradar ou colocar em diversas partes da casa para proporcionar mais cor e perfume ao ambiente, dando aquele ar antiguinho que tanto nos encanta...

Ainda nos dias de hoje, a Rainha Elizabeth II mantém a tradição de levar nas mãos um desses elegantes buquês.


É fácil fazer um Tussie Mussie:
Escolhas as flores e ervas, corte os caules no tamanho apropriado e deixe num vaso com água por umas duas ou três horas. Depois disso comece o buquê começando do centro. À medida que for colocando as flores vá girando e amarrando frouxamente com um barbante ou linha. Quando chegar ao tamanho desejado, coloque as ervas perfumadas em torno e arremate com uma fita dando um lindo laço ou use um cone delicado, que pode ser até de um papel bonito ou ainda, uma toalhinha redonda de tule, renda ou organdi.

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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Arrebol




Palavrinha antiga, tão bonita e não se usa mais! A gente só encontra no dicionário ou em textos antigos, do tempo dos nossos avós. Saiu de moda!

Saiu de moda, mas o arrebol continua, ele é perene, inesgotável, ele é a própria luz do sol, é aquele vermelhão que deixa o céu em fogo, ele é um incêndio no céu.

É aquele vermelhão quando o sol chega de manhã ou quando vai  embora, na tardinha.

Arrebol é aurora, amanhecer, é o ocaso, o entardecer.





Adoro ler textos, poesias ou canções antigas e então, lá encontrar palavrinhas desusadas.





Eis a loucura do arrebol da tarde a pôr no horizonte lumaréus de fogueira” 
 (Adelaide Félix - Cada qual com seu Milagre – Editora Argos - 1941)





(José de Alencar – O Guarany - 1857)

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Cantiga






Você lembra, Olguinha, quando fez parte do teatrinho da escola?
Era a encenação de uma cantiga “Sombrinhas”. Um grupo de meninas entrava no palco. Cada menina trazia uma sombrinha da mesma cor do vestido que usava.
As sombrinhas eram abertas, todas ao mesmo tempo e as meninas passeavam pelo palco enquanto cantava a pequena cantiga:

“Nossas sombrinhas de cores,
brancas azuis e cor de rosa
parecem juntar as flores
de uma estufa caprichosa.
Resvalando o sol ardente
numa beleza sem par
que delícia para a gente
sob as carícias do mar.
Manhã serena, cheia de luz, da tarde amena
que nos conduz
serenas, abertas, em pleno arrebol.
Hei-nos alertas
fugindo ao sol.”

Ao final da cantiga, as meninas se perfilavam no palco. Uma a uma se destacavam do grupo e recitavam cada qual uma pequena poesia falando da cor que representava. As outras meninas continuavam cantando, apenas sussurrando, como se fosse uma cantiga de ninar.
Você tinha dez anos de idade, Olguinha, e estava linda de azul.
Azul era o seu vestido, azul era sua sombrinha, a sua poesia... Azul era o seu sonho.
Você lembra, Olguinha? Era setembro.

sexta-feira, 11 de março de 2016

A borboleta


Minha janela se abre para uma paisagem que parece pintada para cartão postal. Vejo a mata verde, a montanha; abaixo, as copas das árvores que ladeiam a rua formando um imenso tapete.
Todas as manhãs passa uma borboleta, batendo as asas num perfeito bailado ao sabor do vento. É uma borboleta colorida, plena de luz. Acompanho-a com o olhar até vê-la desaparecer entre as folhagens.
Me espanto de alegria ao contemplar esta bailarina que, todas as manhãs, espero que passe, lépida e luminosa... Dourada aos raios do sol...

(Texto e foto de Estela Siqueira)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Cozinhar é preciso...




Preparar um almoço especial, um bolo de aniversário, uma sobremesa gostosa, um café caprichado para a família um lanche para as crianças ou para os amigos são atos de amor e delicadeza.
Ao cozinhar nós ativamos os nossos cinco sentidos, o tato – ao manusear os alimentos sentindo a textura de cada um deles; a visão – contemplando suas formas, suas cores; o olfato – o cheiro que se desprende ao cozinhá-los atiça o nosso apetite; a audição – aquele chiado da comida sendo feita que se espalha pela casa; e por último o paladar ao sentarmos à mesa e devoramos tudo com satisfação.
Cozinhar também acalma a mente e o coração. Para tal, cozinhe em silêncio... Ou cante.

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domingo, 7 de fevereiro de 2016

A florista


A florista

"Sou uma florista,
Flores estou vendendo...
- Eu não quero flores
Quero a tua mão
Eu só vendo flores
pague-me um tostão
- Eu quero as flores
E o seu coração
O meu coração
Não estou vendendo
- Venha cá menina
Que por ti estou morrendo"

(Modinha de outros tempos)

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