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quarta-feira, 30 de junho de 2010

As bananas


Eu o chamava de "Velhinho" e ele me chamva de "Menininha". Era uma troca justa, visto que ele devia ter seus noventa anos, enquanto eu, andava lá pelos meus oito ou nove anos.
Ele contava as bananas e as embrulhava em folhas de jornal. Suas mãos eram compridas, trêmulas e se moviam sem pressa, como quem tinha todo o tempo do mundo.
Eram bananas d'água e, o seu cheiro se misturava ao cheiro do jornal. Com que prazer eu comprava aquelas bananas. Ele sempre colocava uma a mais.

Tinham as cascas amarelas esverdeadas com muitas pintas marrons. Eram frutas macias, cheirosas e gostosas.
Chegando em casa, pegava uma banana, descascava e, com os dedos, seguindo a linha central, ao longo de sua forma, separava as três partes, admirando as pequenas sementinhas que ela guardava. E saboreava cada pedaço sem pressa, sentido seu cheiro, seu gosto doce e macio...

Cheiro, sabor e cor... dispostas em leques separados dos cachos enfeitando o velho balcão de madeira.

Agora, nos mercados elas têm selo... são bananas com grife e, são vendidas a peso! Onde já se viu pesar bananas?!
Bananas têm que ser vendidas por dúzia, contadas uma a uma. Por isso eu prefiro comprá-las na feira ou nos barraqueiros das esquinas e.. sempre lembrar do "Velhinho".



Foto tirada no calçadão da Rua do Catete - RJ.
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domingo, 27 de junho de 2010

Festas Juninas ... finalizando com São Pedro


Simão Pedro que nos evangelhos aparece como um pescador, era um homem de temperamento espontâneo e impulsivo, capaz de defender seu Mestre e, logo adiante, fingir que não o conhece. Esse personagem fascinante e contraditório se transformará, depois da morte do Mestre, no líder sólido e determinado dos seguidores da doutrina de Cristo.
São Pedro, segundo a tradição católica, foi nomeado chaveiro do céu. Assim, para entrar no paraíso, é necessário o seu consentimento.

“Santo Antônio casa / São João batiza / Pra entrar no céu São Pedro é quem autoriza”

Dizem que Santo Antônio arranjava logo marido, São João escolhia mais, e o melhor marido era arrumado por São Pedro, pois o santo fazia as coisas bem feitas. Como bom pescador que era sabia amarrar bem as coisas.

E muitas são as sortes para serem feitas no seu dia por aquelas que ainda não haviam arranjado um casamento. E ainda, como Guardião dos Céus, ele também ajudava a proteger as casas.

Simpatia da proteção da casa
No dia de São Pedro coloque dentro de um copo com água a chave da porta de entrada da sua casa e diga: "São Pedro, proteja minha casa, assim como protege de intrusos o céu; afaste todo e qualquer mal da minha casa e com a ajuda do anjo guardião, não deixe entrar nenhum ladrão".

Simpatia para casa nova
No dia de São Pedro, coloque uma chave nova debaixo do seu travesseiro. Embrulhe-a em um papel branco com três pedidos e descreva como você desejaria que fosse sua nova casa. Deite-se mentalizando que São Pedro e seus anjos estarão durante a noite procurando a casa dos seus sonhos.

Simpatia para alugar um imóvel:
Tomar um banho de alecrim ou um banho comum. Durante o mesmo, mentalize coisas boas, pedindo inclusive o refazimento de suas energias.
Em seguida, vista uma roupa clara, pegue uma chave qualquer, chegue à janela e, olhando para o céu, diga:

"São Pedro da Terra,São Pedro do Ar!
Ajuda-me, por caridade, porque preciso o meu imóvel alugar.
São Pedro do Céu, São Pedro do Mar!
Ajuda-me, por piedade, porque tenho necessidade do meu imóvel alugar. Assim que meu pedido for atendido, te darei uma chave nova de presente,
E muito mais que tudo, meu amor, minha gratidão, meu coração."


Quando for atendida, compre a chave, embrulhe num papel branco ou verde, deixando-a na praia ou na igreja; depois, acenda uma vela verde para São Pedro. Se você fizer a simpatia com fé, com certeza dará certo!

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Nas comemorações da festa de São Pedro, também são encontrados os componentes dos festejos juninos, muita comida e muita dança, sendo os fogos e o pau-de-sebo as principais atrações de sua festa.


Por ser considerado o protetor dos pescadores, também é festejado com a realização de grandes procissões marítimas e fluviais nas várias regiões do Brasil. Sua imagem é levada em um barco, seguido por vários outros, na sua maioria pequenos ou jangadas artesanais.

É também considerado o santo protetor das viúvas. Estas, então, são encarregadas da organização das festas em seu louvor, realizando procissões com muitas rezas fervorosas.


A tradicional procissão de São Pedro sai às águas do rio Parnaíba,em Teresina, no estado do Piauí levando a imagem do padroeiro dos pescadores. E dezenas de outros barcos acompanham por amis de 1 hora.
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Há, por parte do povo, uma certa intimidade e liberdade no tratamento com São Pedro, pelo temperamento benevolente do santo e por ele ser o “Guardião do Céu”.
Chover é obra de São Pedro. Quando os trovões começam a aturdir e as crianças choram, as mães as consolam: "é a barriga de São Pedro roncando" ou "ele está mudando os móveis de lugar”
E quando a chuva cai: “É São Pedro lavando os assoalhos do céu”

Para se entrar no céu é necessário que o santo-chaveiro abra as portas. Embora simbolizado como velho, não o respeitam devidamente. De maneira impiedosa e desrespeitosa é alvo de milhares de anedotas, algumas inocentes, outras picantes. Serve para comparar e justificar os erros humanos: "... se até São Pedro errou, posso errar também"

Em alguns lugares do Brasil, no dia de São Pedro, todos os que receberam seu nome devem acender fogueiras na porta de suas casas.

Além disso, se alguém amarrar uma fita no braço de alguém chamado Pedro, este tem a obrigação de dar um presente ou pagar uma bebida àquele ou aquela que o amarrou, em homenagem ao santo.
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E, entre outras festas, nas homenagens a São Pedro no Centro-Oeste, região pantaneira, a dança do Siriri é presença obrigatória.
O nome siriri pode estar relacionado com o termo siriricar, usado por pescadores da região, que significa dar um puxão no anzol.
Quando dançam os homens fazem um cumprimento para a dama como se estivessem siriricando para ela.
Podemos ver no vídeo uma apresentação dessa dança folclórica.




Blogagem Coletiva por iniciativa de Zambeziana.

Aipim, Mandioca ou Macaxeira


Hoje vou falar um pouco de uma das estrelas das festas juninas, aqui neste nosso Brasil: a Mandioca, ingrediente básico em receitas de tantas guloseimas, doces ou salgadas.

Macaxeira, mandioca e aipim, são alguns dos diversos nomes pelos quais é conhecida essa raiz. Dela se faz diversos tipos de farinha:
farinha de mesa, de tapioca, polvilho ou goma, com as quais fazemos farofa, bolos, cuzcuz, beijus, pirões, sopas, pudins, biscoitos, mingaus entre outras delícias. O polvilho ou goma também é aproveitado para engomar roupas.
Como comprar
Normalmente o aipim já é vendido com a ponta cortada para que se possa verificar sua qualidade. O aipim deve apresentar uma coloração branca uniforme, sem manchas pretas (a variedade amarela é venenosa e não deve ser utilizada na culinária). Apresenta certa umidade e a casca deve soltar-se com facilidade. É possível encontrar o aipim já descascado embalado a vácuo. Nas feiras pode ser encontrado o aipim descascado, em saquinhos plásticos com água.
Conservação
O aipim deve ser consumido, de preferência logo após a compra. Não deve ser guardado por mais do que dois dias. Estando partido e desejando-se conservá-lo por mais tempo, deve-se descascar e deixar na geladeira em uma vasilha coberta com água. No caso do aipim embalado a vácuo, deve-se observar a validade indicada na etiqueta. O aipim pode ser congelado ainda cru ou cozido.
Como usar
Lave bem o aipim e corte em pedaços grandes. Em seguida faça um corte no sentido do comprimento, atingindo toda a espessura da casca. Com a ponta de uma faca afiada, desprenda a casca. Corte pedaços mais ou menos do mesmo tamanho para que cozinhem ao mesmo tempo. Colocar para cozinhar quando a água já estiver fervendo, pois evita que ele fique encharcado. O cozimento deve ser feito com a panela aberta.


Aipim cozido
Retirar a casca, cortar em pedaços e cozinhar em água e sal, até apresentar consistência pastosa. Retirar a fibra interna.
Assim cozido, o aipim pode ser servido, puro, com manteiga ou ainda preparar outras receitas doces ou salgadas.

Purê de Aipim
Passar o aipim cozido (em consistência pastosa) num processador ou amassar com um socador de madeira. Colocar numa panela, adicionar manteiga e um pouco de leite e levar ao fogo baixo mexendo com colher de pau até ficar um creme homogêneo. Comer puro ou como acompanhamento.


Aipim frito
Frite os pedaços cozidos em óleo bem quente até ficarem douradinhos. Neste caso, deve retirar do cozimento antes da consistência pastosa, apenas macia.


Bolinho de aipim
3 xícaras do aipim cozido e amassado / ½ xícara de farinha de trigo / 1 gema / ½ xícara de queijo de minas curado ralado.
Coloque o aipim numa tigela, junte o queijo, a gema. Ajuste o sal . Mexa com uma colher ou sove com as mãos até obter uma massa homogênea. Com a massa, modele 20 bolinhas, empane-as na farinha de trigo e reserve. Leve ao fogo uma panela com óleo. Assim que estiver bem quente, frite, aos poucos, as bolinhas até dourar. Retire do fogo e coloque sobre toalha de papel.


Escondidinho
Ingredientes
Purê de aipim:
1 kg de mandiocas descascadas, cozidas com sal e espremidas / 1/2 xícara (chá) de leite / 1 colher (sopa) de margarina.
Colocar numa panela, misturar, levar em fogo brando e mexer até ficar um creme homogêneo.
Recheio:
1/2 xícara (chá) de azeite de oliva / 1 cebola em rodelas / 1/2 kg de carne seca dessalgada, cozida e desfiada / 1/2 xícara (chá) de salsinha picada
Em uma panela, aquecer o azeite e dourar a cebola. Acrescentar a carne seca, refogar e depois colocar a salsinha.
Cobertura:
1 copo de requeijão / ½ xícara de leite / queijo ralado.

Montagem:
Em um refratário, colocar a metade do purê, colocar a carne seca já refogada e
cobrir com o restante do purê.
Em uma panela misturar o requeijão com o leite, aquecer em fogo brando para
derreter o requeijão. Jogar por cima da camada de purê.
Polvilhar queijo ralado e levar para gratinar a 180ºC por 15 minutos.

Estas são algumas das receitas salgadas, as doces ficam para uma outra ocasião. Na postagem abaixo, de São João, temos a receita do tradicional bolo de aipim

Espero que tenham gostado.
As fotos e algumas informações foram retiradas da Internet.

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terça-feira, 22 de junho de 2010

Festas Juninas - é a vez de São João



"São João, o santinho distraído, que estava dormindo e não sabia que aquele era seu dia, recebia do povo as rosas e os cravos, as graças e as ternuras das mãos inspiradas das sinhazinhas doceiras que criavam em sua homenagem os melhores doces brasileiros."

Capelinha de melão,
É de São João,
È de cravo é de rosa,
É de manjericão


Existe uma lenda que diz que os fogos de artifício soltados no dia 24 são "para acordar São João". A tradição acrescenta que ele adormece no seu dia, pois, se ficasse acordado vendo as fogueiras que são acesas em sua homenagem, não resistiria e desceria à Terra para comemorar. Mas nesse caso, diz a tradição, existe o sério risco de o mundo acabar pelo fogo.

São João está dormindo,
Não acorda não
Acordai, acordai
Acordai João..
.

São João é muito querido por todos, sem distinção de sexo nem de idade. Moças, velhas, crianças e homens o fazem de oráculo nas adivinhações e festejam o seu dia com fogos de artifício, tiros e balões coloridos, além dos banhos coletivos de madrugada. Acende-se uma fogueira à porta de cada casa para lembrar a fogueira que Santa Isabel acendeu para avisar Nossa Senhora do nascimento do seu filho.



Em festa de São João, na maioria das regiões brasileiras, não faltam fogos de artifício, fogueira, muita comida (o bolo de São João, principalmente nos bairros rurais, é essencial), bebida e danças típicas de cada localidade.


No Nordeste, por exemplo, essa festa é tão tradicional que no dia 23 de junho, depois do meio-dia, em algumas localidades ninguém mais trabalha.

As festas mais tradicionais acontecem em Caruaru, no estado de Pernambuco; Campina Grande, na Paraíba e Estância, em Sergipe, que começam em 31 de maio e vai até 10 de julho, com apresentação de bandas de música, grupos folclóricos, danças e rituais, venda de artigos artesanais típicos da região.



Enfeitam-se sítios, fazendas e ruas com bandeirolas coloridas para a grande festa da véspera de São João. Prepara-se a lenha para a grande fogueira, onde serão assados batata-doce, mandioca, milho, castanhas de caju, entre outras delícias.
O formato da fogueira varia de lugar para lugar: pode ser quadrada, piramidal, empilhada… Quanto mais alta, maior é o prestígio de quem a armou. A madeira utilizada também varia bastante: pinho, peroba, maçaranduba, piúva. Não se queimam cedro, imbaúba nem as ramas da videira, por terem uma relação estreita com a passagem de Jesus na terra.

As pessoas brincam e conversam junto à fogueira e combinam entre si para serem padrinhos, madrinhas e afilhados, como num batismo de São João.
Acende-se a fogueira e é hora de começar a festa.
Serve-se as bebidas e as comidas, principalmente o bolo de milho e o de aipim.

Arroz doce

Pamonha, quindim, canjica de milho verde, pé de moleque na palha da bananeira, e mais...

E o quentão como bebida principal.

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As labaredas crescem e, antes que os paus comecem a soltar chuva de fagulhas, aqueles que se prometeram como madrinhas e afilhados vão rodear a fogueira, por três vezes, repetindo o ritual, sempre que se cruzam, dão-se as mãos e falam:

“São João disse, São Pedro confirmou: você será minha madrinha (ou afilhada), que Nosso Senhor mandou. Viva São João e viva nós”.

Então tomam-se a bênção, e dessa noite em diante serão madrinha e afilhados enquanto viverem.


Moças e rapazes se dão as mãos e começam com as brincadeiras de roda, cantando e dançando.

Meu beija-flor – é um beijo só É um beijinho de amor - é um beijo só Minha mãe ‘stá me chamando - é um beijo só Diga a ela que eu já vou - é um beijo só ‘Stou tirando a gravatinha - é um beijo só Do moreno que chegou - é um beijo só

Ou ainda esta aqui, onde um puxa o canto enquanto os outros cantam o estribilho

Abra a roda, gente (Ó, siu, siu, siu) Vamos vadiar (Ó, siu, siu, siu) Cavalheiro roda a dama (Ó, siu, siu, siu) Cada qual em seu lugar (Ó, siu, siu, siu) Meu benzinho, de tão longe (Ó, siu, siu, siu) Que vieste cá buscar? (Ó, siu, siu, siu) Vieste me encher de pena (Ó, siu, siu, siu) E acabar de me matar (Ó, siu, siu, siu)

No auge da festa dá-se início à quadrilha, onde os pares se formam para festejar.


E depois da quadrilha, continua o arrasta-pé, com muita sanfona até o sol raiar.
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A cerimônia do batismo simbólico de São João Batista faz parte da tradição da festa, mesmo que ela tenha deixado de ser praticada em alguns lugares hoje em dia. Os devotos se dirigem ao rio cantando com entusiasmo:

Vamos, vamos,
toca a marchar,
n'água de São João
vamos nos lavar.
Depois do banho coletivo, todos voltam para o terreiro cantando:
N'água de São João me lavei.
Toda mazela que tinha deixei!


A cerimônia do banho varia de uma região para outra. No Mato Grosso, em Corumbá, por exemplo, não são as pessoas que se banham nos rios, e sim a imagem do santo, reprisando a narração do fato bíblico quando São João batizou Jesus às margens do rio Jordão.


Após a cerimônia sagrada do banho, realizada no rio Paraguai, a multidão cai na folia, com músicas de ritmo frenético e carnavalesco, estouro de fogos e a distribuição de batida para esquentar a festa.

Na Região Norte, principalmente em Belém e Manaus, o banho-de-cheiro faz parte das tradições juninas. A preparação do banho de São João inicia-se alguns dias antes da festa. Trevos, ervas e cipós são pisados, raízes e paus são ralados dentro de uma bacia ou cuia com água e depois guardados em garrafas até o momento do banho. Chegada a hora da cerimônia, os devotos lavam e esfregam o corpo com esses ingredientes. Acredita-se que o banho-de-cheiro tenha o poder mágico de trazer muita felicidade às pessoas que o praticam.


As danças regionais, o som de violas, pífaros, rabecas e sanfonas, o banho do santo, o ato de pular a fogueira, a fartura de alimentos e bebidas - tudo isso transforma a festa de São João numa noite de encantamento que inspira amores e indica a sorte de seus participantes. No fim da festa, alguns pisam as brasas da fogueira para demonstrar sua devoção.


Este é um pequeno resumo das festas de São João, pois ainda se tem muito pra contar apesar de que, infelizmente, na maioria das cidades, os festejos juninos já perderam o encanto primitivo. As comemorações, antes feitas ao ar livre, recolheram-se aos salões. Aqui e ali uma fogueira, com crianças em redor acendendo uns foguinhos insignificantes e em alguns lugares ainda se dança uma quadrilha. Os balões estão proibidos para não causarem danos e incêndios, pois os tempos mudaram...

E... como numa festa de São João não pode faltar o bolo de Milho e o de Mandioca, temos aqui receitas de ambos:

- e do Quentão:
ingredientes:
50 gramas de gengibre em pedacinhos
1 maçã cortada em pedacinhos
1 garrafa de cachaça (600 ml)
casca de duas laranjas
cravo da índia à gosto
canela de pau à gosto
casca de um limão
600 ml de água
½ quilo de açúcar
Modo de preparo:
Ponha o açúcar, cascas de laranja, limão, o gengibre, o cravo e a canela em uma panela grande. Quando o açúcar estiver derretendo, despeje a cachaça e a água. Deixe cozinhar por 20 a 25 minutos em fogo médio. Filtre depois ponha a maça picadinha. Mantenha o quentão no fogo depois do preparo.



- Blogagem Coletiva de iniciativa de Zambeziana.

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sexta-feira, 18 de junho de 2010

A Vitória Régia



A Vitória Régia ou Lírio Real é uma planta aquática impressionante, das águas tranqüilas, pântanos e terrenos inundados da Amazônia.
Suas folhas podem chegar a medir de três a quatro metros de diâmetro e pode sustentar o peso de uma criança de dez anos.
Sua flor é especial. Floresce ao crepúsculo, revelando pétalas muito brancas que vão ficando rosadas com o passar das horas. Pela manhã, já então cor de rosa, fecha suas pétalas. E no cair da tarde , deste mesmo dia, se abre novamente. Sua cor rósea vai mudando até o tom violeta, quando então na manhã seguinte, se fecha definitivamente mergulhando e desaparecendo nas águas.
A flor permanece aberta por duas noites, exalando um doce e suave perfume.
Quem não puder ir à Amazônia e quiser ver a Vitória Régia, é só visitar o Jardim Botânico de sua cidade, pois suas mudas foram espalhadas pelo mundo todo.

Há uma lenda muito bonita em torno dessa flor.

"Naia era uma bela jovem índia e acreditava, como todos em sua tribo, que a Lua era um belo rapaz de prata e, que ao se casar com uma virgem, esta seria transformada em uma estrela do céu.
A jovem índia se apaixonou pela Lua e fez de tudo para alcançá-la. Percorreu vales e montanhas. No entanto quando chegava ao topo de uma montanha, a lua se mantinha sempre distante.
Naia entristeceu e pensou em desistir, quando numa linda noite deparou com a lua no fundo das águas tranqüilas de um rio. Ela não teve dúvidas que o jovem prateado viera buscá-la, e se atirou para abraçá-lo. E afundou até desaparcer para sempre.
A lua que a tudo assistia, num gesto de gratidão, transformou o corpo da índia numa majestosa flor, diferente de todas as outras, a Vitória Régia, que se abre somente ao luar para receber suas carícias".



Se fosse hoje, a jovem índia chegaria à NASA e pegaria uma carona num foguete. E no caminho se apaixonaria por um astronauta e, os dois fariam a lua-de-mel na própria Lua...

Foto da Internet.
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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Festas Juninas - Começando com Santo Antônio



Santo Antônio, São João e São Pedro... É festa pro mês todo, com muita comida, muita bebida e muita dança de quadrilha.
É milho verde cozido, milho assado, canjica, mucunzá, pamonha e bolo de milho. Amendoim, paçoca, bolo de mandioca, cuscuz e cocada.
Pra beber tem quentão, leite de onça e as famosas batidinhas com cachaça.

São João a vinte e quatro / São Pedro a vinte e nove
Santo Antônio a treze / Por ser o santo mais nobr
e

Mas, tenho pra mim que Santo Antônio é o santo mais popular que existe.
Já teve até nota de dinheiro com a sua imagem, do lugar que ele nasceu. E, como moda nova, ter uma nota dessas em casa, não faltará dinheiro na carteira. Por via das dúvidas, essa é minha!

Cresci ouvindo as pessoas fazendo sempre um pedido a ele: “Valei-me meu Santo Antônio” / “Ah! Meu Santo Antônio!” / “Me ajuda, Meu Santo Antônio, a encontrar ......”, e por aí vai...
É santo casamenteiro, milagroso e glorioso.

Santo Casamenteiro.
Toda a moça que quer casar faz logo um pedido pra ele.
Diz uma lenda que uma moça pediu pra ele um casamento, e o tempo passou e nada acontecia. Até que, muito zangada, pegou da imagem e jogou pela janela. Ia passando um moço e, coitado, foi atingido pelo santo e caiu desmaiado. A moça arrependida tratou logo de socorrer o moço. E durante os cuidados, não é que os dois se apaixonaram e acabaram se casando! Então a partir daí, Santo Antônio pegou fama.

Santo Antônio me case já / Enquanto sou moça e viva
Porque o milho colhido tarde / Não dá palha nem espiga


As mulheres que desejam casar – muitas delas velhas e feias, trazendo para o Santo sérias dificuldades – quando não são atendidas, fazem judiações com o Santo.
Entre elas: colocam-no de cabeça para baixo, roubam o menino Jesus de seus braços, amarram-no em cordas, às vezes, descendo-o na água de uma cacimba, dão-lhe surras e até colam na sua tonsura uma moeda, como quem deseja suborná-lo.


E é promessa de todo o jeito. E, o comércio tratou logo de fazer umas imagens bem pequenas (5 cm) em madeira pras moças levarem na bolsa.

A história do pão de Santo Antônio
Santo Antônio certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento em que vivia. O frade padeiro ficou em apuros quando, na hora da refeição, percebeu que os pães tinham sido "roubados". O frade padeiro foi contar ao santo o ocorrido. Este mandou que verificasse melhor o lugar onde os tinha deixado. O Irmão padeiro voltou estupefato e alegre: os cestos transbordavam de pão, tanto que foram distribuídos aos frades e aos pobres do convento.
Ainda hoje é feita, nas igrejas, a distribuição do pão e, por tradição, os fiéis o guardam nos sacos de farinha para que nunca lhes falte o que comer.

Milagre de Santo Antônio
E tem ainda esta história, talvez a mais famosa, que veio de Portugal, e por aqui ganhou detalhes:

"O pai de Santo Antônio ia passando por uma estrada quando viu um homem caído no chão e foi socorrer. Chegando perto viu que estava morto. O assassino que estava escondido aproveitou o lance e foi denunciar à polícia, dizendo que tinha sido o pai de Santo Antônio quem matou o homem.
O pai de Santo Antônio foi preso e ia ser enforcado. Na hora da execução, um anjo foi avisar o frade Antônio que rezava missa e cantou no seu ouvido:

“Antônio,socorre Antônio / Neste mesmo Continente,
Vai livrar teu pai da forca / Que vai morrer inocente.”


Então Santo Antônio pelo poder que ele tinha: o espírito se desligou do corpo e foi na cidade aonde o pai ia ser enforcado. Chegando, lá estava o morto, o pai dele pra morrer e o caluniador, o verdadeiro assassino.
Então Santo Antônio falou pro morto:

Se levanta corpo morto / Pelo Deus que nos criou;
Venha aqui justificar / Se este homem lhe matou.”


O morto respondeu:

“Este homem não me matou / Ele apenas me ajudou,
Foi uma língua maldita / Que calúnia a ele levantou.”


O espírito voltou pro corpo de Santo Antônio e terminou a missa. Ao mesmo tempo que rezava a missa ele salvava o pai.
E ficou justificado que o pai não matou o homem, se livrando da forca, e ele não deixou de rezar a missa." (Versão de Dona Lizete de Aracaju - Sergipe)

Uma outra versão dita em versos:



E aqui uma receita pra comer em Santo Antônio, repetir em São João e em São Pedro, pois por mim não enjôo não:

Mucunzá
"Toma-se o milho próprio e deixa-se de molho em água fria durante a noite. No dia seguinte lava-se e vai ao fogo para cozinhar em água. Quando o milho está tenro, põem-se leite de coco, sal e açúcar. Deixar ferver um pouco. O leite de coco pode ser substituido por leite de vaca", receita recolhida por Gilberto Freire.

Nota:
Mucunzá ou Manguzá como é conhecido no nordeste. Aqui no Rio de Janeiro diz-se que é canjica. No nordeste, canjica é feito uma papa feita com milho verde.

-250g de milho de canjica que ficou de molho em água durante a noite / leite de um coco ralado fresco e espremido / água suficiente pra dar caldo, a gosto (mais ou menos 1 litro e meio) / açúcar a gosto (ou 1 xícara)/ uma colherinha de sal / cravo e canela em pau.

Coloque na panela de pressão com a água e cozinhe por 50 minutos ou até que fique bem macia. Coloque em uma panela maior e acrescente o leite de coco,o sal e o açúcar.
Acrescente a canela e os cravos. Deixe ferver por 20 minutos.
Desligue o fogo, deixe repousar por alguns minutos. Sirva ainda morna.


Livros consultados:
O Folclore em Sergipe (Jackson da Silva Lima)
Folclore Brasileiro – Pernambuco (Waldemar Valente)
Comes e Bebes do Nordeste (Mário Souto Maior)

Fotos: A primeira foto é da igreja do Valongo, (Santos-SP), uma das imagens mais bonitas que eu já vi. do site Olhares
A foto de 20 Escudos é minha, as outras são da internet (alhures).

E pra finalizar, um vídeo que recebi por e-mail da Cristina Siqueira. Lindo!



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Esta faz parte de uma Blogagem Coletiva, por iniciativa da ZAMBEZIANA
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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Selinho da Cacau


Este selinho ganhei da Cacau Jafet.
Obrigada Cacau!
Lindo!
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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Chegando mais gente pra família


E estes foram adquiridos de uma artesã peruana que vendia seus artesanatos no Largo do Machado, aqui no Rio de Janeiro.



A primeira foi esta, com 24 cm de altura... foi amor a primeira vista.
A foto em três posições pra se ver melhor o filhote que ela carrega nas costas, à moda dos Andes.



Depois vieram as meninas acompanhando o tocador de tambor (com 8 cm).



E por último este tocador de charango (com 17 cm).


São lindos, vocês não acham?
Preciso dar nomes aos meus bonequitos. Aceito sugestões.

Clique nas imagens duas vezes pra ver bem grande.

Ah! teve mais uma que seguiu viagem para o sul do país, para conhecer novos horizontes e ganhou o nome de Dyani Guadalupe.


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terça-feira, 1 de junho de 2010

Artesanato em família


Minhas queridas maninhas também fazem artesanato.

Este cachecol foi feito por Graça e, como ela disse: "para passar o tempo e o frio."

Ah!... eu coloquei as franjas!


Esta pelerine foi Lena, que estava de passagem (ela mora em outro estado) e resolveu aderir ao momento artesanato. Trabalhado em tricô com flor de crochê.

Que bonito maninhas!

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