Eu gostava muito das aulas de bordado da minha escola.
Cada aluna pegava o seu material e a mestra, então, ia ensinando uma por uma,
ponto por ponto. Com que doçura ela fazia isto!
Ponto de haste, ponto atrás, ponto cheio, ponto corrente,
bainha aberta, ponto Paris, entre outros...
O primeiro trabalho era uma amostra com os pontos mais
básicos. A mestra observava todas nós e à medida que uma aprendia bem os
pontos, ia ajudando a uma outra colega que apresentasse alguma dificuldade.
Depois que tínhamos aprendido os pontos básicos, teríamos
a tarefa de fazer um trabalho para apresentar, no final do ano, na exposição
promovida pela escola.
A escolha seria ao gosto de cada uma, então saíamos em
busca do material nas lojas especializadas. O tecido já era vendido riscado
para bordar. Eram muitas as opções de riscos, mas na sua maioria, ingênuos e
românticos. Escolhíamos as cores e texturas das linhas para melhor representar
os trabalhos. Chegávamos em casa eufóricas, já imaginando como ficaria aquele
pedaço de pano todo bordado.
Os motivos de flores eram os meus preferidos, e passo a
passo eu ia plantando flores com os pontos mais bonitos que aprendera: jardins
bordados de sonhos coloridos.
Estela Siqueira
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