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terça-feira, 19 de junho de 2012

Que bicho que deu?




Por volta de 1935, num pequeno povoado do interior do estado de Sergipe, meu avô materno numa das várias fases de sua vida, trabalhou com o jogo do bicho.
Minha mãe, então com quinze anos de idade, o ajudava na pequena bodega de minha avó, escrevendo o jogo para os clientes.
O povo chegava pra fazer sua fezinha e sempre com muita conversa. As pessoas contavam seus sonhos pra minha mãe.  O sonho era o palpite para o jogo.


Minha mãe, sempre muita atenciosa, intuitivamente ajudava a decifrar os sonhos.
Certa vez, uma senhora, fervorosa jogadora, contou que no seu sonho aparecia vários bichos, entre eles um Tigre, do sexo feminino: “Helena, eu vi a tigre em pézinha!”.
Auxiliada por minha mãe, ela fez o jogo, cercando o tigre pelos sete lados.
Deu Tigre na cabeça!



Criou-se a fama então! Minha mãe passou a ser decifradora de sonhos...



O resultado vinha do Rio de Janeiro por telegrama. Para que não se desconfiasse que se tratava de jogo do bicho, cada bicho ganhava um nome. O porco, por exemplo, se chamava Justino. Quando dava porco, chegava o telegrama dizendo: “Justino morreu” – o funcionário do correio corria pra trazer a notícia e suas condolências.


Depois de algum tempo começaram a desconfiar, pois toda semana morria um conhecido... Meu avô pra não criar complicação, acabou com o jogo e procurou outro ofício.


Fotos da Exposição "É o Bicho na Cabeça!" no Centro Cultural da Justiça Federal do Rio de Janeiro.

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Se quer saber como surgiu o jogo do bicho entre AQUI
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8 comentários:

  1. Há décadas que ouço falar no ilegal Jogo do Bicho no Brasil, mas nunca niguém me explicou como funciona.

    Bom dia.

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    Respostas
    1. Oi São,
      O jogo em si não tem nada demais, é até bem divertido. O problema é que chegaram os que só pensam em tirar vantagens e começaram a trapacear, até que tudo ficou sem controle... Bem, isso é um longo assunto, então acrescentei um link na postagem acima onde conta toda a história. Acho que vai dar pra você entender melhor.
      bjs.

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  2. Querida amiga, que linda história, e até hoje tem pessoas que sonham, jogam e ganham uma grana. Eu acho que o jogo do bicho deveria ser regulamentado, existem coisas muito piores que estão ai para quem quiser fazer. Beijocas

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  3. Oi Estela
    Sabe que também tive alguma experiencia nesse assunto rs
    meu pai quando morava no interior tinha um armazém e ali faziam-se os palpites e ele mandava levar em outra rua no ponto principal das coletas,ele era intermediário , eu acho.Algumas vezes me mandava entregar, eu ia de bicicleta,toda feliz!não era obrigação, penso que qdo faltava quem levasse eu era escolhida rs
    Me fez lembrar um detalhe que já havia esquecido rs
    Muito boa essas lembranças Estela.
    Um belo post.
    Ainda hoje vejo pelas avenidas uns senhorzinhos com papeletas que presumo ser jogo de bicho! e pelo que sei mantido fora da lei. Vou lá no link.ok?
    um abraço

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  4. Muito interessante! nunca tinha ouvido falar desse jogo!
    Bjs

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  5. kkkkkk amiga gostei muito do seu relato...realmente me fez lembrar de uns parentes de minha mae do Recife eles tambem tinham uma venda e faziam o jogo do bicho...Te desejo um otimo final de semana.

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  6. Só pude vir agora, Estela, noitinha de domingo.
    Bateu a saudade de minha mãe, ao ler essa sua matéria.
    Dona Mazé, adorava fazer uma fezinha. Certa vez, ela e mais duas amigas fizeram uma oração para ver o bicho que daria no dia seguinte. Ficava uma rezando e as outras duas, olhando num beco, se viam algum bicho.Isso era noite, meio escura...minha mãe viu um cachorro que a outra dizia ser um leão(tudo imaginação!). Mamãe foi na "onda" da amiga, e deu cachorro, "na cabeça"...
    Aqui, no Ceará, o "jogo do bicho", é livre, nas calçada, ainda...

    Xêro

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