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terça-feira, 12 de maio de 2015

A Peste

A Peste

Palavrões também saem de moda.
Nem faz muito tempo, era comum num momento de raiva ou inquietação, se ouvir da boca de muitas pessoas, com muito gosto, o impropério “peste”. – Eita peste! Ô peste! 
Uma palavrinha mágica, pois após proferi-la, parecia que a calma se avizinhava.
Seria essa a função da “peste”, trazer calma para quem a requisitasse?

Pois bem! 
Conta-se que a “Peste” é uma senhora alta, muito magra, esquálida até. Trajava um vestido preto todo esfarrapado, trazendo sempre na mão uma agulha de costura imensa com linha enfiada, pronta para o uso. Isto porque, toda vez que se sentava para costurar seu vestido, alguém a chamava, e ela, rapidamente corria para atender tal pessoa. Por vezes, na pressa, conforme o tom e a intensidade do chamado, acabava por rasgar ainda mais o seu vestido.
Conta-se ainda que esta senhora ficava muito zangada e trazia sua agulha, também com a intenção de espetar quem a havia chamado, mas isto se tornava quase que impossível, pois mal chegava perto do indivíduo, outro já a estava chamando.

Nos dias de hoje, não tenho conhecimento que as pessoas continuem chamando por ela. Talvez em lugares mais remotos ou pessoas de mais idade ainda se lembrem da “Peste”.
Acredito que esta senhora tenha conseguido, por fim, costurar o seu vestido e, quem sabe, até ter feito um novo e bem colorido.

Texto de Estela Siqueira




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