Acompanhar este blog

domingo, 22 de dezembro de 2013

De gatos



Arranhadores por natureza
"Conheço poucas casas que têm gatos e que mantêm inteiros os braços dos sofás. Arranhá-los é um dos passatempos preferidos dos bichanos. E, se o assunto vem à tona, o dono do gato dispara: "O que posso fazer para ele parar de arranhar?"
A resposta não é empolgante: não pode fazer nada. O máximo que você pode --e deve-- fazer é oferecer um brinquedo para que o gato transfira sua sessão de destruição dos móveis para o arranhador.
Arranhar é comportamento instintivo dos gatos, que se manifesta inclusive nos que tiveram as unhas removidas, prática que, felizmente, foi proibida no Brasil em 2008.
Eles arranham por três motivos básicos. Primeiro: as garras são um instrumento de sobrevivência e precisam estar afiadas para serem funcionais. Pontiagudas, elas oferecem uma boa retenção da presa e uma boa aderência a superfícies de deslocamento nem sempre horizontais.
Segundo motivo: gatos arranham para marcar território. Deixam um sinal visual de que estão na área e liberam ferormônios de glândulas localizadas debaixo das patinhas, espalhando seu cheiro por toda a parte.
Por fim, arranhar é um exercício, porque o gato se esforça e se estica, fortalecendo músculos e tendões.
Então, para que toda essa terapia felina possa acontecer sem grandes prejuízos à decoração, a saída é instalar o tal arranhador na casa.
O brinquedo, no entanto, não pode ser aquela coisa de míseros centímetros e que despenca na primeira puxada. Precisa ser grande o bastante para comportar todo o gato, não deve se mover nos acessos de arranhadura do felino (porque ele vai se assustar e não voltará mais) e deve ter uma textura atraente (eles adoram sisal, por exemplo).
Comprou? Coloque o brinquedo perto do local mais arranhado pelo gato. Se ficar muito no meio da sala, tenha paciência. Só comece a deslocá-lo, gradativamente, quando o gato tiver, de fato, adotado o equipamento como seu novo ponto de destruição. Se não, ele voltará ao sofá."



Sílvia Corrêa cursou jornalismo e veterinária. Trabalhou por 13 anos na Folha e, depois, nas principais emissoras de televisão do país. Escreve aos domingos, a cada duas semanas, na revista 'sãopaulo'. 

Ilustração Tiago Elcerdo

........................

Um comentário:

  1. Cá dentro de casa não entram gatos nem cães.
    Estão lá fora e vivem livres.
    Agora estão à minha espera para que lhes dê comida.
    Depois vão à vida deles.

    ResponderExcluir