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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

No caldeirão das histórias


Como todo mundo sabe, hoje se comemora o Dia das Bruxas.
Estava pensando numa postagem sobre o assunto para deixar aqui, e acabei me lembrando das histórias que ouvi quando criança.

Minha mãe sempre tinha uma pra contar, as de fadas eram as minhas preferidas. Eu e minhas irmãs ficávamos escutando aquelas histórias tão cheias de fantasias, recheadas muitas vezes por fatos de nosso cotidiano, sem que nos apercebêssemos disso. E assim ela nos educava sempre mostrando o lado da bondade, da delicadeza, da satisfação do dever cumprido.

Apesar de possuírem uma varinha mágica, as fadas tinham que seguir uma regra: elas não podiam utilizar a varinha e nem seus poderes em seu próprio benefício. Se o fizessem, o encanto se acabava e elas se transformariam em simples mortais.
Algumas acabavam transgredindo a lei e enfurecidas por perderem os poderes se transformando em simples mortais, acabavam virando bruxas, trocando a varinha por vassouras, cabelos desalinhados e caldeirões com poções mágicas cujas receitas ainda podiam se lembrar.

Tinha uma história que eu gostava muito:
Eram três fadas que moravam numa casa na floresta. Elas eram muito ocupadas, passavam quase todo o dia fora para atender aos pedidos das pessoas e nunca tinham tempo pra elas e seus afazeres.
Sua casa estava sempre desarrumada, com muita louça pra lavar, roupa pra passar, chão pra varrer, comida por fazer, etc.
Um dia, uma moça muito alegre, filha de lenhadores, andava pela floresta à procura de alimentos pra levar pra casa.

Nesta caminhada acabou por encontrar a casa das fadas no meio da floresta. Chamou por alguém, mas ninguém atendeu, tornou a chamar e nada, então resolveu entrar... Ficou assustada ao ver tamanha bagunça em tão pequeno espaço.
Pensou: “não sei quem mora aqui, mas por certo devem ser pessoas muito ocupadas, pois não tem tempo nem de arrumar suas coisas. Vou fazer-lhes uma surpresa.” E começou a varrer, a lavar e passar. A casa ficou limpa, arrumada e toda cheirosa. Ouvindo as vozes que se aproximavam, ela fugiu para não ser vista.

As fadas quando viram tanta transformação ficaram muito contentes e agradecidas, pois estavam quase usando suas varinhas para a arrumação da casa, com o risco de se transformarem em bruxas..
Olharam umas pras outras e cada uma foi dizendo:

“Falemos manas, falemos!
Quem tanto bem nos fez,
Carpins de ouro nasçam em seus pés.”

“Falemos manas, falemos!
Quem tanto bem nos fez,
Uma estrela de ouro nasça na testa.”

Falemos manas, falemos!
Quem tanto bem nos fez,
Bolas de ouro saiam de sua boca quando falar.”

E assim a moça, com tanto ouro, pode ajudar seus pais e nunca mais faltou alimento em sua casa. Casou e teve filhos.
Sua estrela brilhou tanto que ela acabou sendo uma Rainha, a mais querida de todos os tempos.


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Bem... vou parar por aqui, pois estas histórias não têm fim. Talvez eu volte a falar mais sobre este assunto pois, apenas uma linha muito sutil é que separa a fada da bruxa.

Espero que tenham gostado.
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sábado, 22 de outubro de 2011

Cheiro e sol


Café cheiroso e raios de sol dentro de casa logo de manhã despertam o prazer de viver.


Foto da internet - Chalé da Montanha.
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Mais de AROMAS AQUI

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Arruando em Petrópolis



Na sua Cadeirinha de Arruar, a nossa querida amiga Lúcia Bezerra de Paiva vem nos encantando com lindas canções em “Papai Cantava”. Acabamos por descobrir, nesta última postagem - A NATUREZA! - que a canção faz parte do poema - Leonor: Poema Brazileiro em Oito Cantos - escrito em 1866 por J.A. D’Almeida Cunha.

E por conta disto, eu me encantei ao ler o Poema e, em especial quando ele fala sobre a cidade de Petrópolis, aqui no Rio de Janeiro. Quem conhece a cidade vai concordar com as palavras do autor, onde ele revela uma Petrópolis antiga de uma Grande Magia. Cidade serrana que nos encanta até os dias de hoje...

Mantive a grafia original para que não se perdesse sua pureza e autenticidade:

Petrópolis
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Petropolis é a filha da Allemanha
nascida aqui nos climas tropicaes;
princesa vaporosa, que se banha
das agoas transparentes 'nos christaes,
flor, que nasceo 'num cimo de montanha,
beijada por zephiros festivaes.

Camponesa de faces rosi-melias,
d'olhos azues, e de gentis maneiras;
correndo entre boninas e bromélias,
sentada à grata sombra das mangueiras,
c'roada d'açucenas e camelias,
ouvindo o chocalhar das cachoeiras.

Berço de flores onde o viajante,
cansado do ruido das cidades,
vae haurir um perfume embriagante,
lenitivar saudades!

Linda, que fazes tu que te reclinas
de enorme cordilheira á extremidade?
aspiras os perfumes das boninas?
contemplas do Senhor a immensidade?
quem veio, dize, em horas vespertinas
dar-te seiva e calor, gentil cidade?

Tudo em ti é formoso! a naturesa
derramou graças mil 'na tua fronte!
como é formosa a tua camponesa
trazendo agoa da fonte!

A vista encanta-se 'na suavissima
contemplação de flores variegadas,
de estatuas fabuladas postas em mil posturas;
o olfacto se embriaga
'nas magicas doçuras
dos perfumes, que ali
destilla tanta flor;
o ouvido — ao amenissimo
trinado do cantor
nascido 'na floresta,
a alma em prazer alaga;
e o ente une-se à festa
ledo, fora de si,
co'a alma cheia de amor!
Ah! tudo é bello aqui! repuchos, tanques, flores, busios, canteiros, conchas, perfumes inebriantes, cyprestes, morangueiros, murmurios seductores, zephiros inconstantes!

Tudo revela gosto!
Labyrinthos, estradas,
umas quebradas,
tronchas,
outras em linha recta;
caminhos de pé posto,
muros de pitangueiras...

ahi
qualquer poeta
commetteria asneiras!...
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J. A. d`Almeida Cunha – Leonor - Poema brasileiro em oito cantos - 1866



Obs. Para quem não sabe ou não lembra, esses pontilhados significa que tem muita coisa escrita ( destacando apenas uma parte do poema).


A foto eu peguei AQUI.
Palacete Imperial de Petrópolis - Litografia do holandês P. Bertichem.
Palácio construído entre 1845 e 1857 para residência de verão da família imperial. A partir de 1940, o palácio foi transformado no Museu Imperial.


Para entender melhor leia os comentários de Quasímodo e os meus (Estela), entre por AQUI.
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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

De Clarice para Gigi


Com relação à postagem anterior, me lembrei de dois livros que eu adoro e que também me servem como fonte de inspiração.
São crônicas que Clarice Lispector escreveu ainda no começo de sua carreira em jornais da época (1940 a 1960), onde ela aborda temas variados, como moda, beleza, cozinha, comportamento, e coisas triviais voltadas para o universo feminino.



É uma viagem deliciosa ao passado que nos mostra que apesar de todos os avanços da modernidade: "mulher é sempre a mesma" não importa a época.



Eu os recomendo a todas que gostam do tema, mas em especial à Gigi, que está sempre em busca dessas "novidades".

Gigi, estes você não pode deixar de ler!

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domingo, 2 de outubro de 2011

Outros tempos




Isto, em 1950... e hoje, como será?

Clique duas vezes na imagens para ver melhor.

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