Houve um tempo em que as festas de casamento eram realizadas em casa e muito raramente comemoradas em clubes. Quase como regra geral, todos se reuniam depois da cerimônia, para um pedaço de bolo e champanhe. Podia ser no jardim ou em uma sala mais reservada. Um tempo nem tão distante, que eu me lembre lá pelos anos 1970, essas festas ainda eram bastante comuns.
Depois passaram a acontecer em salões e casas de festas. Apareceram serviços especializados em recepções, que organizavam tudo, desde a festa, ao enfeite do salão e à música, se aprimorando e inovando a cada dia, até os dias de hoje.
Os tecidos para as roupas das mulheres eram importados, as mais finas e abastadas, naturalmente, assim como a louça era inglesa e as toalhas de finos bordados, mas de um modo geral tudo era mais simples, sem sofisticação, sem tanto luxo e requinte.... e quase todas as mulheres usavam o mesmo decote nos vestidos, algumas usavam no lado uma flor, outras um colar no pescoço. Algumas usavam saia ampla de belo tafetá, blusa de seda bordada com renda fina.
As pernas das mulheres exibiam meias de costura atrás (e olhe que a costura não podia ficar torta). Os sapatos de salto, fechados na frente e alguns abertos atrás, estilo que ainda chamamos “chanel”
Os homens de terno escuro com gravata borboleta e cabelos engomados com a mais fina brilhantina.
Mas, a estrela da festa era obviamente a noiva, e o vestido, mesmo dentro da simplicidade existente na época, era escolhido com muito capricho e sempre branco, transmitindo pureza, castidade e inocência, atributos muito importantes para a época.
O bolo também era destaque, simples ou mais elaborados, com o casal de noivinhos em cima, rosas, laços e outros arabescos de glacê davam o requinte final. Era mesmo uma obra de arte, as mulheres trabalhavam os bicos de confeitar com muita criatividade, pois na época não se dispunha dos recursos de hoje. Os bolos eram sempre frescos, feitos no dia ou na véspera pelas mulheres da família ou alguma vizinha mais jeitosa..
Depois do bolo cortado e distribuído, a noiva trocava de roupa, geralmente um conjunto em shantung, tecido muito requisitado na época, para essas ocasiões.
Enquanto isso o carro que levaria os noivos para a lua de mel, geralmente um Dodge Dart alugado ou emprestado de um amigo, era preparado pelos amigos. Latas e tiras de papel branco eram amarradas com barbante nos pára-choques traseiros. No momento em que o carro se punha em movimento, era um estardalhaço aquelas latas rolando e as tiras de papel balançando e se soltando com o movimento.
A alegria era contagiante e todos ficavam acenando até o carro sumir da vista.
A tradição das festas ainda continua, mas o estardalhaço das latas, não existe mais...
O vestido é de 1950 e se quiser ver mais, eu peguei
AQUI no Faceirice
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