
Abre alas (Chiquinha Gonzaga)
Ô abre alas que eu quero passar
Ô abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira não posso negar
Eu sou da lira não posso negar
Ô abre alas que eu quero passar
Ô abre alas que eu quero passar
Rosa de ouro é que vai ganhar
Rosa de ouro é que vai ganhar
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Chiquinha Gonzaga não foi apenas uma mulher a frente de seu tempo. Ao lado de Ernesto Nazareth, tornou-se o principal nome da música popular no Brasil na virada do século (19 para 20). Autora de polcas, valsas, tangos e modinhas, fez ainda na virada do século, a marcha de carnaval “Ô abre alas”, de grande sucesso e cantado até os dias de hoje.

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D. Ivone Lara quebra um tabu: seu samba enredo “Cinco bailes na história do Rio” é o primeiro de uma mulher a ser escolhido por uma escola, a Império Serrano, em 1965.
Os Cinco Bailes da Historia Do Rio
Carnaval, doce ilusão
Dê-me um pouco de magia
De perfume e fantasia
E também de sedução
Quero sentir nas asas do infinito
Minha imaginação
Eu e meu amigo Orfeu
Sedentos de orgia e desvario
Cantaremos em sonho
Os cinco bailes da história do Rio
Quando a cidade completava
Vinte anos de existência
O nosso povo dançou
Em seguida era promovida a capital
A corte festejou
Iluminado estava o salão
Na noite da coroação
Ali no esplendor da alegria
A burguesia fez sua aclamação
Vibrando de emoção
O luxo, a riqueza imperou com imponência
A beleza fez presença
Comemorando a Independência
Ao erguer a minha taça
Com euforia
Brindei aquela linda valsa
Já no amanhecer do dia
A suntuosidade me acenava
E alegremente sorria
Algo acontecia
Era o fim da monarquia
Lá rá rá lá rá rá rá rá

O bonde era o meio de transporte mais popular do Rio antigo e estava sempre presente nos carnavais. Em 1937 apareceu esta marchinha, de autoria de J. Cascata e Leonel Azevedo, gravada por Odete Amaral:
"Não pago o bonde, iaiá
Não pago o bonde, ioiô
Não pago o bonde que eu conheço o condutor.
Quando estou na brincadeira
Não pago o bonde nem que seja por favor.
Não pago o bonde
Porque não posso pagar
O meu é muito pouco
E não chega p’ra gastar
Moro na rua das casas
Daquele lado de lá
Tem uma porta e uma janela
Mande a Light me cobrar
Por sua bonita voz,
Odete Amaral era sempre convidada a cantar no teatro da escola, além de festas de aniversário. Sua irmã, que muito a admirava, levou-a à Rádio Guanabara para que fizesse um teste. Fez a prova acompanhada pelo pianista Felisberto Martins, cantando Minha embaixada chegou, de Assis Valente. Com o sucesso do teste, a cantora foi logo escalada para participar do programa "Suburbano", onde também se apresentavam Sílvio Caldas, Marília Batista, Noel Rosa, Almirante, Aurora e Carmen Miranda, entre outros.

Outras cantoras de rádio que sempre deram brilho e voz aos carnavais foram
Marlene, Emilinha e Ângela Maria que marcaram a era do rádio como as cantoras mais populares e queridas da Rádio Nacional e chegaram a ser capas de revistas mais de 50 vezes (cada uma).

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