
Lindas e charmosas elas estão espalhadas por esse mundo a fora, nas janelas, nas varandas, nos amurados e em qualquer cantinho que as faça espalhar seus suspiros - as namoradeiras, essas bonecas que encantam a quem passa.
Ninguém sabe ao certo as suas origens, mas não é difícil de imaginar.
Nos tempos coloniais, num tempo em que tudo corria com mais tranqüilidade, quando não havia telefone, televisão nem computadores, as mulheres tinham por hábito ficarem debruçadas nas janelas de suas casas.

Podiam ser vários os motivos que as levavam às janelas:
- Descansar dos afazeres domésticos;
- Ver o movimento das ruas;
- Sentir o vento no rosto;
- Ouvir conversas e conversar;
- Esperar uma amiga ou o namorado que estava para chegar.
Era também o passatempo predileto de algumas, geralmente as mais velhas, mais maliciosas e bisbilhoteiras que gostavam de ficar nas janelas para tomar conta da vida alheia.
Mas, o mais importante dos motivos, era mesmo esperar que passasse um moço atraente que lhe jogasse um sorriso e olhar maroto, para daí começar um namoro. Daí o apelido de namoradeiras.
Algum artesão, de olhar mais atento, resolveu então, eternizar essa figura tão brejeira e tão cheia de ingênua malícia.
E, hoje elas estão espalhadas por esse mundo afora, feitas em barro, madeira, resinas, gesso e todo material que se amolde à função. Negras, brancas ou morenas, com enfeites nos cabelos, vestidos bem decotados e lábios bem pintadinhos.
Difícil mesmo, é resistir aos seus encantos.

Ah! Mas não se engane, apesar dos tempos serem outros, ainda há nos dias de hoje, muitas janelas com moças debruçadas à espera de um namorado.
Fotos:
- A primeira é de uma casa antiga, aqui numa das ruas do Largo do Machado, Rio de Janeiro.
- A segunda foto tirei na casa de uma amiga, a Joana, no murinho que separa a cozinha da sala, um charme.
- A terceira, juntei três fotos que peguei na Internet.
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