Na minha infância, em Nova Iguaçu, lá pelos anos 1960, todos os dias, por
volta das três horas da tarde, o padeiro passava com seu triciclo cheio de
guloseimas. Ao ouvir as buzinadas, eu era a primeira a chegar ao portão. Ele já
estava esperando, pois lá em casa era freguesia certa. Além das tradicionais
bisnagas de pão francês, ele também trazia pães doces, broinhas de coco e de
milho.
Como eu gostava daquelas broinhas de coco! Elas vinham
agarradinhas e com floquinhos de coco e açúcar por cima. As de milho também
eram deliciosas, polvilhadas com a própria farinha de milho e açúcar. Tinha
também o “pão vita”, um pãozinho de forma macio e delicioso.
Dentre os pães doces, os meus preferidos eram os
recheados com canela e açúcar, de feitio todo enroladinho, que a gente ia
desenrolando e mordiscando devagar para melhor saborear.
Hoje, passando na padaria não resisti aos olhares deste
pão doce (foto), que apesar de não ser de canela, tem o mesmo feitio
enroladinho daqueles da minha infância.
Meu café da tarde foi recheado com lembranças...
Obs.: Ainda nos dias atuais, um padeiro continua passando
por lá, no mesmo horário, virou tradição.
(Estela Siqueira)