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quarta-feira, 27 de março de 2013

Para as amantes do crochê


Folheando as revistas que ganhei da Senhorinha Lígia, postadas AQUI encontrei este texto tão rico e romanticamente rebuscado, nos revelando o estilo da época em que foi escrito, 1949.

Copiei o texto para facilitar a leitura, pois a foto não saiu muito nítida. Vale a pena ler até o fim, será puro deleite para nós, que vivemos, hoje, nesta época tão corrida e agitada.
Eis o texto:

"Passeava, certa vez, em verde campina, atapetada de flores primaveris, formosa, encantadora mulher, que procurava, em contato com as belezas da natureza, um derivativo ao tédio que a aniquilava.
Era ao despontar da aurora, quando o sol, rompendo as cortinas de nuvens de seu esconderijo noturno, surgia, cheio de luz, por detrás dos montes, e, com as pinceladas brilhantes dos seus raios dourados, debuchava o seu mais lindo quadro do dia.
Os pássaros, numa sinfonia suave e melodiosa, cantavam as suas matinas; as flores, concertando as suas pétalas mimosas, esparsiam, no ambiente puro dos campos, o doce aroma com que atraíam os colibris multicores, para o beijo da multiplicação da espécie.
Toda uma fauna de animais, num vozear álacre, acorria, pressurosa, ao regato cristalino e borbulhante, que lhes oferecia a ninfa pura e fresca, serpeando em curvas graciosas por entre a relva verde e macia do vale.
Os bosques de árvores floridas agitavam as suas frontes ao leve perpassar da brisa matutina, e o céu, de um anil deslumbrante, se povoava com as revoadas alegres das borboletas multicores, que encantam a vista e deleitam o espírito.
Tudo isto servia de encanto àquela que procurava, no campo, o que o panorama citadino não lhe podia  oferecer, com a sua simétrica monotonia.
Extasiada, ante tanta beleza, que nem todos conhecem, e atraída pelo encanto de uma árvore florida, ela se aproximou de um galho para colhê-lo.
Foi quando reparou numa teia de aranha, que encerrava a mais bela tecitura que jamais comtemplara.
O fio delgado e mágico daquela artífice fantástica apresentava um filigrana divino, que desafiava a mão mais hábil de qualquer ser humano, na sua inigualável confecção.
Meditou aquela mulher sobre os segredos da tecelã anônima; pesquisou, acuradamente, os métodos de trabalho da aranha habilidosa; tomou uma teia para modelo e, depois, em casa, fez, com as suas mãos mimosas, outra teia, mas de linha, com a ajuda das agulhas, sob a inspiração mais terna do seu coração maternal, e nos deu um trabalho magnífico, o crochê, que é a semelhança mais aproximada das lindas teias de aranha."

E para ilustrar, um pequeno trabalho que lembra uma verdadeira teia de aranha, copiado da própria revista:


Detalhe

Se quiser ver mais postagens dessas revistas é só ir no MARCADORES ao lado
 e clicar em "OUTROS TEMPOS"
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sábado, 9 de março de 2013

Passeio de sábado

 O passeio dos patos

A tartaruga
 se banhando ao sol

Jardim do Palácio do Catete - RJ
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