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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Cama de gato



Um cantinho para dormir

Ganhando ou adquirindo um gato, a primeira coisa a se pensar é como e onde, arranjar para ele, um cantinho para morar. Ele precisa ter “o que é seu”, como qualquer um de nós, a começar por uma caminha e outros pertences, a fim de que seja um bichano bem educado.
Quer se trate de gato pequenino ou já adulto, é preciso acostumá-lo a ter um canto certo, um cantinho pra chamar de seu, onde deverá tirar suas sonecas...

O local para ele dormir deve ser limpo e acolhedor, seco e quente, principalmente se ele ainda estiver novinho, tendo deixado o calor da mamãe e seus irmãos, que dormindo embolados se aquecem mutuamente.

Pode acontecer que o animalzinho, mostrando já espírito de independência, teime em querer dormir em algum outro lugar. Não vale a pena se zangar com ele, o que convém é verificar se não existem ali correntes de ar que o prejudiquem. Então, tenta-se transportar, para o local por ele escolhido, a sua instalação.
Realizam-se tentativas até conseguir êxito.
De um modo geral, o gato, independente por natureza, arranja-se bem na convivência com o dono e logo se acostuma com o seu cantinho que pode ser uma caixa, um cesto, um caixotinho ou um outro modelinho...
O importante é que seja macio, quentinho, confortável e livre de correntes de ar.



Do livro: Como Cuidar de seu Gato de Marcos N. Monteiro.

sábado, 26 de maio de 2012

Família



"Família é prato difícil de preparar. 
São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema...Não é para qualquer um. 
Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir... Mas a vida... sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. 
O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. 
Fulana sai a mais inteligente de todas. 
Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. 
Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. 
Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. 
Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe. 
Ela, a mais apaixonada. 
A outra, a mais consistente...
Já estão aí? Todos? Ótimo. 
Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza. 
Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa. 
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto: é um verdadeiro desastre. 
Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. 
Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada. O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. 
Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Manière; Família ao Molho Pardo (em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria). 
Família é afinidade, é à Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito. 
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. 
Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir. 
Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. 
Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. 
Aproveite ao máximo. 
Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete."


Trecho do livro "O Arroz de Palma" de Francisco Azevedo. 



domingo, 13 de maio de 2012

Histórias de Mães


Folheando um livro antigo me deparei com uma das muitas histórias que a minha mãe contava, e quero deixar aqui registrado como uma homenagem pelo dia de hoje.

A raposa e a cegonha

A Raposa queria zombar da Cegonha. Uma vez convidou-a para jantar em sua casa. A Cegonha foi. A Raposa fez papas e serviu em um grande prato raso. A pobre da Cegonha nada pode comer e até machucou seu grande bico.

A Raposa ria e perguntava se a cegonha não estava gostando e fingia-se até magoada por que a Cegonha nada comia.
A Cegonha, então, voltando com muita fome para casa, pensou: ”tenho que dar uma lição nesta Raposa” e veio então a idéia de retribuir-lhe a gentileza.
Comadre Raposa, você outro dia foi muito gentil comigo. Agora, chegou a minha vez de lhe pagar com a mesma moeda. Venho convidá-la para ir jantar comigo. Vou fazer um bom petisco para a comadre.
A Raposa aceitou o convite. No dia do jantar, a Cegonha preparou papas e colocou-as dentro de um jarro comprido e de gargalo estreito.

A Cegonha meteu o bico e comeu à vontade. Mas, a raposa nada pode comer, só lambeu algum pingo que caiu fora do jarro... A Cegonha deu boas risadas e disse para a Raposa:
“Minha Comadre, isto é para você aprender a não zombar dos outros!...

Moral da história: “Não faça aos outros o que não gostaria que fizessem com você.”

Obs.: A história termina assim, mas a minha mãe complementava, dizendo que a Raposa pediu desculpas à Cegonha e as duas continuaram a ser amigas, prometendo nunca mais zombar da outra (se cumpriram, ah! isso eu não sei!).

Um abraço para todas as Mamães...


quinta-feira, 10 de maio de 2012

O primeiro sutiã e o primeiro namorado




“O primeiro sutiã a gente nunca esquece”...

Era lindo, o meu primeiro sutiã, de cetim cor de rosa, todo pespontado em volta do bojo formando um leve acolchoado. 
Fui menina na década de 1960, quando os sutiãs eram verdadeiras esculturas de espuma de látex, mas este era menos volumoso por se tratar de um modelo menina moça.
Herdei-o de minha irmã mais velha. Dentre as quatro filhas de minha mãe, eu ocupei o terceiro lugar, sendo comum naquela época herdar algumas roupas das mais velhas.
Minha irmã mais velha era muito cuidadosa e o sutiã estava como novo.

Ficava horas na frente do espelho olhando a minha mais nova peça, símbolo de sedução naquele tão delicado rito de passagem.

e o primeiro namorado a gente também não esquece...

Vesti meu sutiã, olhei-me no espelho, coloquei o vestido e fui ao encontro dos meus amiguinhos jogar bolas de gude (imagina aquela moçona, de sutiã e tudo, jogando bola de gude – era o máximo!).
Havia no grupo um amiguinho mais especial, que me tratava com muito carinho. 
Sendo a minha vez de jogar então, sedutoramente como convinha a uma menina-moça, ao me inclinar para tecar a bola de gude, deixei que aparecesse o sutiã através do decote...
Neste dia eu até venci o jogo.
Nunca tive a certeza que ele tivesse percebido o gesto, mas só sei que sempre me convidava para jogar bola de gude, muitas vezes só nós dois.
Era tudo tão ingênuo, tão velado... e hoje aqui revelado.
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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Luvas


As luvas foram usadas desde tempos remotos como proteção contra os rigores do clima das regiões frias. Também foram usadas por eclesiásticos, caçadores e militares, como símbolo de poder.
Na idade Média eram usadas para a caça dos falcões, feitas em couro.
As mulheres preferiam as mitenes, pois deixavam os dedos livres.

Mitene – luva cortada na altura da falange dos dedos, deixando os dedos à mostra.

Na Renascença virou moda perfumar as luvas com essências de flores, em especial a flor de laranjeira e frangipani (o nosso conhecido “jasmim manga”).
Passaram a integrar o vestuário de homens e mulheres, com abas enfeitadas e punhos bordados, franjados ou adornados de diferentes maneiras.

No século XIX, as mitenes foram muito usadas nos trajes habillés, longas e rendadas. Também luvas longas e bordadas em trajes de passeio.

No século XX as luvas continuam na moda, longas para soirée e curtas para passeio, esportes, feitas em diversos tecidos e até em tricô e crochê.

A luva como adorno, além se sua função protetora continua a ser usada por homens e mulheres, conforme a ocasião, necessidade e vaidade, finas, esportivas ou utilitárias.

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domingo, 6 de maio de 2012

SIMPLIFICANDO

Olá amigos... Os que me visitam regularmente devem ter observado que ando um pouco ausente dos blogs. Pois bem, a gente chega com todo entusiasmo e vai abrindo os blogs conforme a inspiração, e chega uma hora que o tempo fica escasso e vai ficando cada vez mais difícil mantê-los como deveria e gostaria. Pensando nisso e não querendo me desfazer de nenhum deles, pensei o seguinte: a partir de então os reunirei neste "Guardados e Achados". Nos marcadores constará o nome de cada um deles, ficando assim dividindo os assuntos como deve ser. Me perdoem a ausência nos seus blogs, mas com esta nova organização ficarei com mais tempo para visitá-los e retribuir o carinho de todos vocês. Permanecerão independentes apenas os seguintes: Poesia nunca é demais Quintana é para sempre Bonecas da Mari Beijos e Abraços. .....................................................